Eu
não vou por os fundamentos da minha fé em pequenos deuses que podem ser
destruídos em uma era atômica, mas em um Deus que tem sido nosso socorro desde
as eras passadas, e nossa esperança para os anos que virão e nosso abrigo no
tempo da tempestade, e nosso eterno lar. Este é o Deus em quem eu estou
colocando o fundamento da minha fé. Este é o Deus que eu rogo a vocês para
adorarem nesta manhã.
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não
advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que
foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por
todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não
conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não
tivemos, por todos os shows e livros e silêncios quegostaríamos de ter compartilhado,e não compartilhamos. Por todos os beijos
cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga
pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas
por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais
profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia
sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro
está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas
aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por
termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é
simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o
desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que,
esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
(Carlos Drummond de Andrade)
Você pode desistir de tudo, só não desista de você!
"Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa, amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso (...) ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo." (Caio Fernando Abreu)